Aos Romanos 15:1-33

15  Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos que não são fortes,+ e não agradar-nos a nós mesmos.+  Que cada um de nós agrade ao seu próximo para o seu bem, para o edificar.+  Pois nem mesmo o Cristo se agradou a si mesmo,+ mas, assim como está escrito: “Os insultos daqueles que te insultam caem sobre mim.”+  Pois todas as coisas escritas anteriormente foram escritas para a nossa instrução,+ para que, por meio da nossa perseverança+ e pelo consolo das Escrituras, tivéssemos esperança.+  Que o Deus que dá perseverança e consolo vos conceda terem entre vocês a mesma atitude que Cristo Jesus teve,  para que, unidos+ e a uma só voz, glorifiquem ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo.  Portanto, acolham-se uns aos outros,+ assim como o Cristo também vos acolheu,+ visando glória para Deus.  Pois digo-vos que Cristo se tornou servo dos circuncisos+ para mostrar a veracidade de Deus e confirmar as promessas que Ele fez aos antepassados deles,+  e para que as nações glorificassem a Deus pela Sua misericórdia.+ Assim como está escrito: “É por isso que te reconhecerei abertamente entre as nações e ao teu nome cantarei louvores.”+ 10  E ele diz também: “Alegrem-se, nações, com o seu povo.”+ 11  E ainda: “Louvem a Jeová, todas as nações, e que todos os povos o louvem.”+ 12  E Isaías diz também: “Haverá a raiz de Jessé,+ aquele que surgirá para governar as nações;+ nele as nações basearão a sua esperança.”+ 13  Que o Deus que dá esperança vos encha de toda a alegria e paz por meio da vossa confiança nele, para que transbordem* de esperança pelo poder do espírito santo.+ 14  Pessoalmente, estou convencido a vosso respeito, meus irmãos, de que vocês mesmos também estão cheios de coisas boas, cheios de todo o conhecimento, e de que são capazes de se aconselharem* uns aos outros. 15  No entanto, escrevi-vos com bastante franqueza sobre alguns pontos, para que se lembrem deles novamente. Faço-o por causa da bondade imerecida que me foi concedida por Deus 16  para que eu fosse servo de Cristo Jesus a favor das nações.+ Estou ocupado na obra santa das boas novas de Deus,+ a fim de que as nações sejam uma oferta aceitável, santificada com espírito santo. 17  Portanto, tenho motivos para me orgulhar em Cristo Jesus no meu serviço a Deus.* 18  Pois não me atreverei a falar de coisa alguma a não ser daquilo que Cristo realizou por meu intermédio para que as nações fossem obedientes. Ele agiu através das minhas palavras e ações, 19  pelo poder de sinais e milagres+ e pelo poder do espírito de Deus; assim, desde Jerusalém e por todo o lado até ao Ilírico, preguei cabalmente as boas novas acerca do Cristo.+ 20  Deste modo, fiz o possível para não declarar as boas novas nos lugares onde o nome de Cristo já fosse conhecido, para não construir sobre o alicerce de outra pessoa; 21  mas, assim como está escrito: “Aqueles que nunca tiveram notícias sobre ele verão, e os que não tinham ouvido entenderão.”+ 22  É por isso que fui impedido muitas vezes de vos ir visitar. 23  Mas, agora, já não tenho território virgem nestas regiões e há muitos* anos que estou ansioso para ir visitar-vos.+ 24  Por isso, quando eu viajar para Espanha, espero ver-vos e ser acompanhado por vocês durante parte do caminho, depois de primeiro ter desfrutado um pouco da vossa companhia. 25  Mas, agora, estou de partida para Jerusalém para servir os santos.+ 26  Pois os irmãos da Macedónia e os da Acaia partilharam de boa vontade as suas coisas, fazendo uma contribuição para os pobres entre os santos em Jerusalém.+ 27  Sim, eles fizeram-no de boa vontade, e de facto eram-lhes devedores; pois, se as nações participaram das coisas espirituais deles, elas também têm o dever de os servir com as suas coisas materiais.+ 28  Assim, depois de ter terminado de fazer isto e de lhes ter entregado esta contribuição em segurança, partirei para Espanha e irei visitar-vos no caminho. 29  Além disso, sei que, quando vos for visitar, chegarei com uma plena medida de bênçãos de Cristo.+ 30  Exorto-vos, irmãos, por meio do nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do espírito, que se esforcem comigo em orações a Deus por mim,+ 31  para que eu seja livrado+ dos descrentes na Judeia e para que o meu serviço a favor de Jerusalém seja bem aceite pelos santos.+ 32  Assim, pela vontade de Deus, irei visitar-vos com alegria e serei reanimado convosco. 33  Que o Deus que dá paz esteja convosco.+ Amém.

Notas de rodapé

Ou: “tenham abundância”.
Ou: “instruírem”.
Ou: “quanto às coisas referentes a Deus”.
Ou, possivelmente: “alguns”.

Notas de estudo

estejam perfeitamente unidos: Ou: “sejam aperfeiçoados num”. Neste versículo, Jesus relaciona a união perfeita com ser amado pelo Pai. Isso está de acordo com Col 3:14, que diz que o “amor [...] é o perfeito vínculo de união”. O facto de os seguidores de Jesus estarem perfeitamente unidos não quer dizer que não exista nenhuma diferença entre eles. Cada um tem a sua personalidade, a sua consciência, as suas habilidades e os seus hábitos. Mas eles estão unidos nas suas crenças, ensinos e ações. — Ro 15:5, 6; 1Co 1:10; Ef 4:3; Fil 1:27.

unidos e a uma só voz: Lit.: “com uma [só] mente, com uma [só] boca”. Paulo orava para que os seus irmãos se mantivessem unidos em pensamento e ação, assim como Jesus tinha orado para que houvesse união entre os seus seguidores. (Jo 17:20-23; veja a nota de estudo em Jo 17:23.) Neste versículo, Paulo usa duas expressões que destacam a força que essa união deveria ter. A primeira delas, que foi traduzida aqui como “unidos”, foi usada várias vezes no livro de Atos para se referir à impressionante união que existia entre os cristãos do primeiro século EC. (At 1:14; 15:25, “de comum acordo”; 2:46, “unidos no mesmo propósito”; 4:24, “unidos”) A segunda expressão, traduzida aqui como “uma só voz”, mostra que Paulo queria que os cristãos judeus e não judeus da congregação de Roma unissem as suas vozes para dar glória a Deus em perfeita harmonia.

acolham: Ou: “aceitem; recebam”. A palavra grega que aparece aqui passa a ideia de receber uma pessoa com bondade ou de forma hospitaleira, como quando alguém recebe uma pessoa na sua casa ou a aceita no seu círculo de amigos. Essa mesma palavra grega também pode ser traduzida como “receber bondosamente” (Flm 17) ou “receber bem” (At 28:2).

servo: Ou: “ministro”. A Bíblia, muitas vezes, usa a palavra grega diákonos para se referir a uma pessoa que presta serviço a outros de modo humilde e perseverante. A Bíblia usa essa palavra para descrever Jesus (Ro 15:8); os ministros, ou servos, de Cristo (1Co 3:5-7; Col 1:23); e os servos ministeriais (Fil 1:1; 1Ti 3:8). A palavra também é usada para se referir a servos domésticos (Jo 2:5, 9) e a autoridades do governo (Ro 13:4).

servo: Ou: “ministro”. A Bíblia muitas vezes usa a palavra grega diákonos para se referir a uma pessoa que presta serviço a outros de modo humilde. (Veja a nota de estudo em Mt 20:26.) Aqui, essa palavra é usada para se referir a Cristo. Antes de vir à Terra, Jesus já tinha servido a Jeová por incontáveis anos. Mas, depois de vir para a Terra e batizar-se, ele passou a realizar um novo serviço, que envolvia cuidar das necessidades espirituais dos humanos pecadores. Como parte desse serviço, ele chegou até a dar a sua vida como resgate. (Mt 20:28; Lu 4:16-21) Paulo diz que Jesus se tornou servo dos judeus circuncisos para mostrar a veracidade de Deus, porque, como parte do seu serviço, Jesus cumpriu promessas que Deus tinha feito aos antepassados deles. Entre elas, estava a promessa que Deus fez a Abraão de que todas as nações da Terra seriam abençoadas por meio do descendente dele. (Gén 22:17, 18) Essa promessa mostrava que o serviço de Jesus também beneficiaria pessoas das nações, que iriam ‘basear a sua esperança’ nele. — Ro 15:9-12.

assim como está escrito: Paulo muitas vezes usa estas palavras (em grego, kathós gégraptai, uma forma de gráfo, “escrever”) antes de citações das Escrituras Hebraicas. (Ro 2:24; 3:10; 4:17; 8:36; 9:13, 33; 10:15; 11:26; 15:3, 9, 21; 1Co 1:31; 2:9; 2Co 8:15) Na sua carta aos romanos, Paulo cita mais de 50 passagens das Escrituras Hebraicas e faz muitas outras referências diretas e indiretas a elas.

Assim como está escrito: Nesta passagem (Ro 15:9-12), Paulo cita as Escrituras Hebraicas quatro vezes, mostrando que Jeová já tinha predito há muito tempo que pessoas das nações também o louvariam. Essas citações deixavam claro que não apenas os judeus, mas também os não judeus, iriam beneficiar-se do serviço, ou ministério, de Cristo. Elas davam ainda mais motivos para que os irmãos da congregação de Roma, formada por cristãos tanto judeus como não judeus, seguissem o conselho de Paulo de ‘se acolherem uns aos outros’. — Ro 15:7; veja a nota de estudo em Ro 1:17.

entre as nações: Neste versículo, Paulo, pelos vistos está a citar parte do Sal 18:49, que diz: ‘Vou glorificar-te entre as nações, ó Jeová.’ (Em 2Sa 22:50, também existe uma frase parecida.) A tradução usada aqui no texto principal de Ro 15:9 tem o apoio de manuscritos muito antigos e confiáveis, mas alguns manuscritos acrescentam as palavras “ó Senhor” depois da expressão “entre as nações”. Aparentemente, alguns copistas mais tarde aumentaram a citação para incluir a frase completa “entre as nações, ó Senhor”, refletindo a tradução da Septuaginta do Sal 18:49 (17:50, LXX) e de 2Sa 22:50.

Jeová: Esta é uma citação do Sal 117:1. No texto hebraico original desse salmo, aparecem as quatro letras hebraicas que formam o nome de Deus (que equivalem a YHWH). — Veja os Apêndices A5 e C1.

a raiz de Jessé: Aqui, Paulo cita Is 11:10, conforme esse versículo foi traduzido na Septuaginta. Paulo usa essa citação, que fala sobre “as nações” basearem a sua esperança na “raiz de Jessé”, para mostrar que pessoas das nações também fariam parte da congregação cristã. Jessé foi o pai de David. (Ru 4:17, 22; 1Sa 16:5-13) O texto de Is 11:10 predizia que o Messias seria chamado “a raiz de Jessé”. (Compare com Ap 5:5, onde Jesus é chamado “a raiz de David”; veja também Ap 22:16.) Na grande maioria das árvores e plantas, a raiz surge antes do tronco e dos ramos. Assim, poderia parecer mais lógico a profecia dizer que Jessé (ou o seu filho David) era a raiz de onde Jesus viria, já que o Messias seria um descendente, e não um antepassado, de Jessé (ou de David). (Mt 1:1, 6, 16) Mas outras passagens da Bíblia ajudam a entender por que razões Jesus pode ser considerado a raiz de Jessé: (1) Visto que Jesus é imortal, é por meio dele que a linhagem de Jessé continua a existir. (Ro 6:9) (2) Jesus foi designado por Jeová como Juiz e Rei, o que o coloca numa posição superior até mesmo à dos seus antepassados. (Lu 1:32, 33; 19:12, 15; 1Co 15:25) (3) David chamou profeticamente a Jesus seu Senhor. (Sal 110:1; At 2:34-36) (4) Durante o Milénio, Jessé vai ser beneficiado pelo sacrifício de resgate de Jesus, e a sua vida na Terra estará nas mãos de Jesus, que vai então exercer o papel de “Pai Eterno” de Jessé e de David. — Is 9:6.

servo: Ou: “servidor público”. A palavra grega leitourgós vem das palavras gregas laós, “povo”, e érgon, “trabalho”. Era usada originalmente pelos gregos para se referir a alguém que prestava serviço a autoridades civis, geralmente às suas próprias custas, em benefício do povo. Esse tipo de serviço também existia entre os romanos. Na Bíblia, essa palavra foi usada na maioria das vezes para se referir a alguém que realizava um serviço considerado sagrado. A palavra relacionada leitourgía foi usada muitas vezes na Septuaginta para se referir aos “deveres” (Núm 7:5) dos sacerdotes e ao “serviço” (Núm 4:28; 1Cr 6:32 [6:17, LXX]) que prestavam no tabernáculo ou no templo em Jerusalém. Aqui, Paulo usa a palavra leitourgós para se referir a si mesmo, visto que ele servia como “apóstolo para as nações”, ou seja, para os não judeus, proclamando as boas novas de Deus. (Ro 11:13) A pregação de Paulo trazia grandes benefícios ao povo, especialmente às pessoas das nações.

ocupado na obra santa: Esta é a única vez que o verbo hierourgéo aparece nas Escrituras Gregas Cristãs. Transmite a ideia de estar ocupado num serviço ou dever sagrado. A “obra santa” que Paulo estava a realizar era proclamar as boas novas de Deus, os ensinos de Cristo, a pessoas de todas as nações. (Veja as notas de estudo em Ro 1:1,  9.) O facto de Paulo ter usado hierourgéo mostra que ele considerava essa obra como uma grande responsabilidade e como algo sagrado. Esse verbo está relacionado com o verbo hierateúo, que foi traduzido em Lu 1:8 como “servir […] como sacerdote”, e com a palavra hierón (“templo”), que aparece em Mt 4:5 e em muitos outros versículos. Talvez por isso Paulo tenha feito uma referência aos sacrifícios que eram feitos no templo, comparando as pessoas das nações que aceitavam as boas novas a uma oferta feita a Deus. Deus não apenas aceitava essa oferta, mas também a abençoava com o seu espírito. — Ro 1:1, 16.

separado: A palavra grega aforízo (“separar”) é usada aqui com o sentido de escolher ou designar uma pessoa para um objetivo específico. Aqui, Paulo está a referir-se à designação que ele recebeu de declarar as boas novas de Deus, ou seja, a mensagem sobre o Reino de Deus e a salvação por meio da fé em Jesus Cristo. (Lu 4:18, 43; At 5:42; Ap 14:6) No livro de Romanos, Paulo também usa as expressões “as boas novas acerca do seu Filho” (Ro 1:9) e “as boas novas acerca do Cristo” (Ro 15:19).

a quem presto serviço sagrado: Ou: “a quem sirvo (adoro)”. A palavra grega usada aqui, latreúo, tem o sentido básico de “servir”. Na Bíblia, refere-se a servir a Deus ou a trabalhar em coisas relacionadas com a adoração a ele. (Mt 4:10; Lu 2:37; 4:8; At 7:7; Fil 3:3; 2Ti 1:3; He 9:14; 12:28; Ap 7:15; 22:3) Neste versículo, Paulo relaciona o seu serviço sagrado a Deus com as boas novas acerca do Filho. Assim, quando os discípulos de Jesus pregam essas boas novas, eles estão a prestar serviço sagrado, ou seja, estão a adorar a Jeová Deus.

milagres: Ou: “presságios”. — Veja a nota de estudo em At 2:19.

espírito de Deus: Alguns manuscritos muito antigos dizem “espírito santo” ou apenas “espírito”, mas a tradução “espírito de Deus”, usada aqui no texto principal, tem o apoio de manuscritos muito antigos e confiáveis.

por todo o lado até ao Ilírico: Ou: “num circuito até ao Ilírico”. Ilírico era o nome de uma província romana que ficava na parte noroeste da península Balcânica, na costa do mar Adriático. (Veja o Apêndice B13.) O nome Ilírico vem das tribos que moravam naquela região. As divisões e as fronteiras da província variaram bastante durante o domínio romano. Não é possível ter a certeza se a palavra grega traduzida aqui como “até” significa que Paulo chegou a pregar no Ilírico ou se ele, na verdade, chegou apenas até à fronteira dessa província.

milagres: Ou: “presságios”. A palavra grega traduzida aqui como “milagres” é o plural de téras. Nas Escrituras Gregas Cristãs, é usada juntamente com a palavra semeíon (“sinal”), as duas sempre no plural. (Mt 24:24; Jo 4:48; At 7:36; 14:3; 15:12; 2Co 12:12) Basicamente, téras refere-se a qualquer coisa que cause espanto ou admiração. Quando é claro que o “milagre” se refere a um acontecimento futuro, como ocorre neste versículo, a nota de estudo apresentará a tradução alternativa “Ou: presságios”.

território virgem: Paulo queria muito que a pregação das boas novas alcançasse mais pessoas. Por isso, ele desejava pregar em lugares onde as boas novas ainda não tinham chegado. (Compare com 2Co 10:15, 16.) No versículo seguinte, Paulo diz que pretendia levar o seu trabalho missionário para oeste, até Espanha. Ele escreveu essas palavras no início de 56 EC, perto do fim da sua terceira viagem missionária.

Espanha: Paulo menciona Espanha duas vezes na sua carta aos romanos: aqui e em Ro 15:28. Não se sabe ao certo se Paulo conseguiu realmente ir até Espanha. Mas Clemente de Roma, que escreveu por volta de 95 EC, disse que Paulo viajou para “o extremo limite do O[este]”, o que talvez tenha incluído Espanha. Se Paulo conseguiu visitar Espanha, deve ter feito isso depois de ter sido solto do seu primeiro período de prisão em Roma (cerca de 61 EC) e antes do seu segundo período de prisão ali (cerca de 65 EC). Naquela época, Espanha era governada pelos romanos e a maioria da população falava latim, e não grego. Paulo, pelos vistos, considerava Espanha um “território virgem”. — Ro 15:23.

Acaia: Nas Escrituras Gregas Cristãs, o nome Acaia refere-se à província romana da parte sul da Grécia. A capital da Acaia era Corinto. Em 27 AEC, quando César Augusto reorganizou os territórios das duas províncias da Grécia (Macedónia e Acaia), o nome Acaia referia-se a toda a península do Peloponeso e a parte da Grécia continental. A província da Acaia estava debaixo da autoridade do Senado romano e era governada por um procônsul a partir da sua capital. (2Co 1:1) Outras cidades da província da Acaia mencionadas nas Escrituras Gregas Cristãs são Atenas e Cencreia. (At 18:1, 18; Ro 16:1) A Acaia é muitas vezes citada juntamente com a Macedónia, a província vizinha que ficava a norte. — At 19:21; Ro 15:26; 1Te 1:7, 8; veja o Apêndice B13.

Macedónia: Veja o Glossário.

Acaia: Veja a nota de estudo em At 18:12.

Sou devedor tanto a […] como a: Ou: “Tenho uma dívida tanto com […] como com; tenho uma obrigação tanto para com […] como para com”. Nas Escrituras, a palavra grega para “devedor” e outras palavras relacionadas com dívidas podem referir-se tanto a dívidas financeiras como a obrigações e deveres em geral. O verbo grego traduzido como “devem” em Jo 13:14 (veja a nota de estudo) tem o sentido básico de “estar em dívida com alguém; ter uma obrigação para com alguém”. Paulo indica aqui que se sentia em dívida com cada pessoa que conhecia, uma dívida que ele só conseguiria pagar por partilhar as boas novas. (Ro 1:15) Ele estava tão grato pela misericórdia que tinha recebido que se sentia obrigado a ajudar outros a beneficiarem-se da bondade imerecida de Deus. (1Ti 1:12-16) Era como se Paulo dissesse: ‘Quando penso em tudo o que Deus fez pela humanidade e por mim, pessoalmente, sinto-me na obrigação de pregar as boas novas com zelo a todas as pessoas.’

eram-lhes devedores: Ou: “tinham uma dívida com eles; tinham uma obrigação para com eles”. Nas Escrituras, a palavra grega para “devedor” e outras palavras relacionadas com dívidas podem referir-se tanto a dívidas financeiras como a obrigações e deveres em geral. (Veja a nota de estudo em Ro 1:14.) Paulo destaca aqui que os cristãos não judeus estavam em dívida com os cristãos judeus de Jerusalém por causa dos benefícios espirituais que tinham recebido por meio deles. Assim, agora que esses cristãos judeus estavam a passar necessidade, nada mais justo do que os cristãos não judeus ajudarem materialmente os seus irmãos. — Ro 15:26.

esta contribuição: Lit.: “este fruto”. Aqui, a palavra “fruto” foi usada com o sentido de “resultado; produto” e, aparentemente, refere-se ao dinheiro que se tinha juntado para os irmãos em Jerusalém.

enviar ajuda: Ou: “ministrar”. Esta é a primeira vez que as Escrituras falam de cristãos enviarem ajuda humanitária a irmãos noutra parte do mundo. A palavra grega traduzida aqui como “ajuda”, diakonía, muitas vezes é traduzida como “ministério”, mas também pode passar a ideia de “trabalho de prestar ajuda” (At 12:25) ou “serviço de ajuda” (2Co 8:4). A maneira como a palavra diakonía é usada nas Escrituras Gregas Cristãs mostra que os cristãos têm dois tipos diferentes de ministério. Um deles é “o ministério [uma forma de diakonía] da reconciliação”, ou seja, a obra de pregação e ensino. (2Co 5:18-20; 1Ti 2:3-6) O outro, que é mencionado aqui, envolve ajudar outros cristãos. O apóstolo Paulo disse: “Há diferentes maneiras de servir [ou: “ministérios”, nota de rodapé; plural de diakonía], contudo, há o mesmo Senhor.” (1Co 12:4-6, 11) Ele mostrou que os dois tipos de ministério cristão, apesar de serem diferentes, são “serviço sagrado”. — Ro 12:1, 6-8.

o meu serviço: Ou: “o meu ministério”. Aqui, a palavra grega diakonía, muitas vezes traduzida como “ministério”, tem o sentido de “trabalho de prestar ajuda; serviço de ajuda”, assim como acontece em At 11:29; 12:25; 2Co 8:4 e 9:13. As congregações da Macedónia e da Acaia tinham participado num “serviço de ajuda”, reunindo dinheiro para Paulo levar aos irmãos da Judeia que estavam a passar necessidade. (2Co 8:1-4; 9:1, 2, 11-13) Alguns manuscritos muito antigos usam aqui a palavra grega doroforía, que se refere ao ato de trazer um presente, em vez de diakonía. Alguns estudiosos sugerem que essa mudança foi feita por um escriba na tentativa de deixar mais claro qual era o tipo de “serviço” de que Paulo estava a falar. — Veja a nota de estudo em At 11:29.

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Viagens de Paulo depois de c. 61 EC
Viagens de Paulo depois de c. 61 EC

O livro de Atos regista muitas das viagens de Paulo, incluindo as suas três viagens missionárias e a viagem de Cesareia para Roma. Mas Atos não regista as viagens que Paulo fez mais tarde, entre cerca de 61 EC (quando ele foi libertado da primeira vez que esteve preso em Roma) e cerca de 65 EC (quando ele foi preso novamente). É possível encontrar pistas sobre essas viagens nas cartas que Paulo escreveu. Por exemplo, apesar de não ser possível saber se Paulo conseguiu “viajar para Espanha”, Ro 15:24 diz que ele planeava fazer isso. Além disso, durante a primeira vez que esteve preso em Roma, Paulo escreveu que queria voltar a Filipos e também visitar Colossos. (Fil 2:24; Flm 22; compare com Col 4:9.) Também é possível encontrar pistas sobre as viagens de Paulo nas cartas que ele escreveu a Timóteo e a Tito depois de ser solto. A primeira carta a Timóteo indica que Paulo pode ter estado em Éfeso com Timóteo em algum período antes da sua segunda prisão. (1Ti 1:3) E, em Tit 3:12, Paulo diz que decidiu passar o inverno em Nicópolis. Este mapa mostra alguns dos locais que Paulo pode ter visitado.

1. Espanha — Ro 15:24 (depois de cerca de 61 EC)

2. Creta — Tit 1:5 (cerca de 61-64 EC)

3. Mileto — 2Ti 4:20 (antes de cerca de 65 EC)

4. Colossos — Flm 22 (Compare Col 4:9 com Flm 10-12.) (depois de 61 EC)

5. Éfeso — 1Ti 1:3 (cerca de 61-64 EC)

6. Tróade — 2Ti 4:13 (antes de cerca de 65 EC)

7. Filipos — Fil 2:24 (depois de 61 EC)

8. Macedónia — 1Ti 1:3 (cerca de 61-64 EC)

9. Nicópolis — Tit 3:12 (Possível local em que Paulo foi preso por volta de 64 ou 65 EC)

10. Roma — 2Ti 1:17 (Segundo período de prisão de Paulo, provavelmente em 65 EC)

Os parênteses indicam a época em que a visita pode ter acontecido, e não a sua duração